Escreve-se, repete-se, cria-se, cita-se. Nas palavras de Nietzsche, funciona mais ou menos assim: “A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez”. Dessa forma é o Poucas e Tantas, um pouco de tudo, muitas coisas repetidas, outras inéditas (ou não tão inéditas), algumas curiosidades...

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Papo de Vitral


Entre umas e outras...

Sentadas e descontraídas conversamos sobre tudo (ou quase tudo). Cada uma tem sua história, sua experiência, propriedades de vivências extremamente delicadas. Sonhos, sentimentos, arrependimentos (?), dúvidas e toda uma gama de afetos. Assim somos nós mulheres. Copos na mesa, sorriso nos lábios, sinceridade nas palavras, tesão no corpo, amor no coração...

Às minhas grandes amigas, um beijo enorme de grande e um chamego no cangote.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Apenas um ensaio...


Enquanto você dorme...

Queria fazer uma canção de ninar tão linda como ‘Acalanto’ do Caymmi, a melodia poderia ser bem parecida só pra te ver adormecer.
Seus cabelos macios, sua testa linda e seu rosto receberiam a ponta dos meus dedos como as asas de uma borboleta. Seu sorriso aos poucos iria se apagando, dando lugar a serenidade.
Então, seus olhos começariam a pesar e minhas carícias iriam desaparecendo na inconsciência do seu sono.

A respiração leve, um silêncio gostoso.
Que tal um sonho para acompanhar esse cochilo? Um sonho onde vc pudesse escolher as cores, os sons, os cheiros (eu já percebi o cheiro de rosas brancas num dos meus sonhos) e até mesmo os sabores. Poderia voar ou simplesmente ficar quietinha sentindo o abandono do momento.
Aconchegada e mergulhada nesse silêncio, vez ou outra minhas mãos acariciariam suas costas, a respiração leve lamberia meus cabelos. Meu corpo abrigaria o seu. A tarde iria embora...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Viagem


Oh! tristeza me desculpe
Estou de malas prontas
Hoje a poesia
Veio ao meu encontro
Já raiou o dia
Vamos viajar.
Vamos indo de carona
Na garupa leve
Do vento macio
Que vem caminhando
Desde muito longe
Lá do fim do mar.

Vamos visitar a estrela

Da manhã raiada
Que pensei perdida,
Pela madrugada
Mas que vai escondida
Querendo brincar.
Senta nessa nuvem clara,
Minha poesia,
Anda se prepara,
Traz uma cantiga
Vamos espalhando
Música no ar.

Olha quantas aves brancas,

Minha poesia
Dançam nossa valsa,
Pelo céu que o dia
Faz todo bordado
De raio de sol.
Oh! Poesia me ajude,
Vou colher avencas
Lírios, rosas, dálias
Pelos campos verdes
Que você batiza
De jardins do céu.

Mas pode ficar tranqüila,

Minha poesia,
Pois nós voltaremos
Numa estrela guia
Num clarão de lua
Quando serenar.
Ou talvez até quem sabe,
Nós só voltaremos
No cavalo baio
No alazão da noite
Cujo o nome é raio,
Raio de luar.

Composição: João de Aquino / Paulo César Pinheiro

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Barbárie e humanização


“... se antes de cada acto nosso, nos puséssemos a prever todas as consequências dele, a pensar nelas a sério, primeiro as imediatas, depois as prováveis, depois as possíveis, depois as imagináveis, não chegaríamos sequer a mover-nos de onde o primeiro pensamento nos tivesse feito parar.”

Ensaio sobre a cegueiraPrémio Nobel da Literatura 1998
José Saramago – 1922-2010


Quanta responsabilidade: parar, fechar os olhos, lançar mão da escuridão, ver, resgatar o afeto, recuperar a lucidez e enxergar nossa essência.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Monólogo de Segismundo – por Dan Stulbach – Filme “Tempos de Paz”


Ai de mim! Ai pobre de mim!
Que pergunto a Deus para entender.
Que crime cometi contra Vós?
Pois se nasci, entendo já o crime que cometi.
Aí está motivo suficiente para Vossa justiça, Vosso rigor.
Pois o crime maior do homem é ter nascido!
Para maiores cuidados, só queria saber que crimes cometi contra Vós, além do crime de nascer.
Não nasceram outros também?
Pois se outros nasceram, que privilégios tiveram que eu jamais gozei?
Nasce uma ave, e é embelezada por seus ricos enfeites.
Não passa de flor de plumas, ramalhete alado, quando veloz cortando os salões aéreos recusa piedade ao ninho que abandona em paz.
E eu, tendo mais instinto, tenho menos liberdade?
Nasce uma fera, com uma pele respingada de belas manchas, que lembram estrelas. Logo, atrevida, feroz, a necessidade humana lhe ensina a crueldade!
Monstro de seu labirinto!
E eu, tendo mais alma, tenho menos liberdade?
Nasce um peixe, aborto de ovas e lodo, enfeita um barco de escamas sobre as ondas.
Ele gira, gira, por toda a parte, exibindo a imensa liberdade que lhe dá um coração frio!
E eu, tendo mais escolha, tenho menos liberdade?
Nasce um riacho, serpente prateada, que dentre flores surge de repente, de repente. Entre flores ele se esconde, e como músico celebra a piedade das flores que lhe dão um campo aberto á sua fuga!
E eu, tendo mais vida, tenho menos liberdade?
Assim, assim, chegando a esta paixão um vulcão, qual Etna, quisera arrancar do peito pedaços do coração!
Que lei, justiça ou razão pode recusar aos homens privilégios tão suaves e sensação tão única!
Que Deus deu a um cristão, a um peixe, a uma fera, a uma ave?

(La vida es sueño, ato I, cena I – Pedro Calderón de la Barca – 1600-1681)

sábado, 12 de junho de 2010

(...)

E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
.... jeito bom de se deixar viver!

Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca

E, mesmo que eu me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela

(Trechos da música 'Quando fui chuva' - Maria Gadu - letra: Luis Kiari e Caio Soh)

http://www.youtube.com/watch?v=g54d8kDLETU

terça-feira, 8 de junho de 2010

Melineando...


Definições para CÚMPLICE
Dicionário Michaelis
- Que, ou aquele que tomou parte num delito ou crime cometido por outrem; que, ou aquele que colabora ou toma parte com outrem nalgum fato; que, ou aquele que participa de um ato.

iDicionário Aulete

- Que contribui para a realização de um ato ilegal ou criminoso; que participa, ao lado de outrem, da realização de algo; parceiro; sócio; que denota cumplicidade; aquilo que favorece a ocorrência ou realização de alguma coisa

Dicionário do Aurélio
- Que ou quem participa do delito, do crime de outro; que ajuda, favorece; comparsa.

Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
- Que ou pessoa que tomou parte moral ou material em crime ou delito de outrem; conivente.

Dicionário InFormal
- É quando alguém faz uma cagada e você ajuda. Você é o cúmplice de quem teve a idéia da tal cagada.

Infopédia
- que facilita a realização de algo; que ajuda ou colabora; comparsa; que favorece outro; que demonstra um entendimento secreto entre duas ou várias pessoas; que colabora com outra(s) na realização de alguma coisa; parceiro.


Continua...
“As roupas são como nós, que nos desgastamos cada vez mais até que nossas ideias e valores ficam frouxos com o passar do tempo. A renovação, a revivificação, ocorre na água, na redescoberta daquilo que realmente consideramos verdadeiro, daquilo que realmente consideramos sagrado.”

Clarissa Pinkola Estes – Mulheres que correm com os lobos

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um resgate da cons(ciência)


Como no “Quem sou eu” suponho estar à procura de um calendário arbitrário, achei interessante explicar do que se trata. Obviamente busquei mais informações em âmbito geral baseando-me em pesquisas no Google. A fonte principal é a Wikipédia. Afinal, não se trata de uma pesquisa profundamente científica e sim um acréscimo de saber. Então vamos lá...

O Calendário é um sistema para contagem e agrupamento de dias que visa atender, principalmente, às necessidades civis e religiosas de uma cultura. A palavra deriva do latim calendarium ou livro de registro, que por sua vez derivou de calendae, que indicava o primeiro dia de um mês romano. As unidades principais de agrupamento são o mês e o ano.

Classificações:

Os calendários mais usuais na Terra são os lunares, solares, luni-solares e arbitrários.

Veja como é interessante:

O calendário lunar é sicronizado de acordo com o movimento da Lua. Um exemplo seria o calendário religioso islâmico, visto que é baseado na observação, ou seja, pragmático.

O calendário solar é sincronizado com o movimento do Sol. Um exemplo é o calendário persa, onde os meses eram computados com base nos movimentos solares através do zodíaco.

O calendário luni-solar é sincronizado com ambos os movimentos (do Sol e da Lua). Um exemplo é o calendário hebráico. Nos tempos bíblicos era baseado nos ciclos da Lua para a determinação das datas dos serviços religiosos e festividades judaicas, bem como outros eventos da comunidade. Porém, o método atual entre os judeus rabínicos é um calendário fixo criado de acordo com a necessidade de um calendário permanente para comunidades que vivessem fora do Estado de Israel. Definiu-se então, um calendário com base lunar, que ajusta-se pelo calendário solar (ao passo que o Calendário antigo ajustava-se de acordo com a época da colheita) para a inclusão de um novo mês, além de determinar o início do ano no mês de Tishrei (sétimo dos doze meses do calendário judaico).

O calendário arbitrário não é sincronizado nem com o Sol nem com a Lua. Um exemplo disso é o calendário juliano usado por astrônomos. Há alguns calendários que parecem ser sincronizados com o movimento de Vênus, como o calendário egípcio; a sincronização com Vênus parece ocorrer principalmente em civilizações próximas ao equador.

Para mim um calendário deve ser um instrumento medidor que de uma forma ou outra nos coloque (planetariamente falando) numa relação de harmonia com o sol, a lua e talvez até as estrelas na galáxia. Somos programados a viver dessa forma, contando os dias. Mas serão todos os calendários assim, nada mais que um programa arbitrário para tomar conta de nossas vidas?

Como você pôde perceber meus “estudos” não prevêem nada inovador. Quero apenas ser útil, no dia-a-dia, àquele que por ventura der uma passadinha e tiver paciência e curiosidade para ler estas poucas linhas.

Atenção! Não comercializarei em hipótese alguma o assunto aqui exposto... rsrsrs Quero simplesmente registrar momentos de descontração, pois neste espaço há apenas sutilezas. Se sua busca requer outra coisa de um calendário, vá à borracharia mais próxima. Não espere encontrar nada a mais aqui...

Um grande beijo!

quarta-feira, 2 de junho de 2010










Esperança é como o girassol, que à toa se vira em direção ao Sol.
Mas não é à toa: virar-se para o Sol é um ato de realização de fé."

Clarice Lispector

terça-feira, 1 de junho de 2010

Mais um pouquinho de Eça


"Lentamente, essa necessidade de encher a imaginação desses lances de amor, de dramas infelizes, apoderou-se dela. Foi durante meses um devorar constante de romances. Ia-se assim criando no seu espírito um mundo artificial e idealizado. A realidade tornava-se-lhe odiosa, sobretudo sob aquele aspecto da sua casa, onde encontrava sempre agarrado às saias um ser enfermo. Vieram as primeiras revoltas. Tornou-se impaciente e áspera. Não suportava ser arrancada aos episódios sentimentais do seu livro, para ir ajudar a voltar o marido e sentir-lhe o hálito mau. Veio-lhe o nojo das garrafadas, dos emplastros, das feridas dos pequenos a lavar. Começou a ler versos. Passava horas só, num mutismo, à janela, tendo sob o seu olhar de virgem loura toda a rebelião duma apaixonada. Acreditava nos amantes que escalam os balcões, entre o canto dos rouxinóis: e queria ser amada assim, possuída num mistério de noite romântica..."

(No Moinho)

Leia na íntegra: http://pt.wikisource.org/wiki/No_moinho

Quem sou eu

Minha foto
Niterói, Rio de Janeiro, Brazil
No momento, sou uma citação do Mario Quintana: "A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"

O Poucas e Tantas recomenda

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