Escreve-se, repete-se, cria-se, cita-se. Nas palavras de Nietzsche, funciona mais ou menos assim: “A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez”. Dessa forma é o Poucas e Tantas, um pouco de tudo, muitas coisas repetidas, outras inéditas (ou não tão inéditas), algumas curiosidades...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Quando vivemos em suspense

Para muitos, relacionar-se é viver num thriller – num filme de suspense. A vida fica mais complexa e o que chamam de amor se confunde com qualquer coisa. Pode ser controle, incapacidade de olhar para dentro, pode ser baixa estima, falta de autoconhecimento, co-dependência, paixão… Pode ser tudo e nada.
A relação é mesmo vivida no tom dos parques de diversões – muita adrenalina, risco de morte iminente, quedas vertiginosas e subidas alucinantes e avassaladoras! Difícil abrir mão? Sim, é praticamente impossível deixar para lá, somos arrastados pelo furacão.

LUTO
Esse tipo de relação acontece, nos trata e maltrata. Em longo prazo, vicia e nos faz reféns do que co-criamos. O que acontece a curto, às vezes curtíssimo prazo, termina! A relação acaba e deixa um estrago imenso no coração, na alma, na vida. E, de repente nos vemos lá – vivendo o luto daqueles que perdemos.
O que me chama mais atenção nesse caso é o desequilíbrio. É verdade que toda relação, quando acaba, nos entristece. Demanda um período de readaptação. Pede mesmo o luto – para que possamos reavaliar tudo o que vivemos e, nesse meio tempo, nos preparar para o que esta por vir. Quem sabe, nos preparar para um futuro amor.
O desequilíbrio vem no tempo da relação versus o tempo do luto. Imagine uma relação de 10, 20, 30 anos que se rompe. As marcas, a dor, o sofrimento são imensos. Esta semana mesmo, conversando com um amigo – casado há 30 anos –, ele afirmava: “Se minha mulher me deixar morro. Não sei o que seria a vida sem ela”.
Uma união estável e de tampo tempo une amizade, cumplicidade, amor, vida, construção, evolução, desenvolvimento, inspiração. A perda de um parceiro de tanto tempo abate, deprime, enlouquece e demora meses – talvez anos – para ser totalmente absorvida.

MUITO BARULHO
No entanto, quando uma relação de 1, 2, 3 meses ou até mesmo outras relações que duram semanas é rompida, o estardalhaço que faz é às vezes maior do que poderia. Maior do que deveria ser… Então – como diz um amigo – perdemos o rumo.
Queremos a qualquer custo manter a relação – pedimos a Deus para nos deixar ficar com aquele outro, que já decidiu: não quer mais. Então insistimos, nos humilhamos, controlamos, atormentamos. Em algumas situações conseguimos ganhar e, então, a um custo altíssimo, estendemos nosso sofrimento e do outro por mais alguns dias…

SOLTAR
Quando temos de manter uma relação a qualquer custo, não funciona. O outro se sente pressionado, nós nos sentimos menos, criamos um círculo de ressentimento e agressividade que não acrescenta nada.
Há solução? Quero crer que uma única: quando o outro quer ir, deixá-lo ir.
E mais: ser forte para aceitar e confiar que, sim, será melhor para ambos. O luto da perda não pode ser eterno, não deveria ser desproporcional ao tempo da relação. Não deveria ser uma justificativa para nos fechar e nunca mais nos relacionar.
Um amigo há pouco me contou uma história desse tipo: uma de suas amigas havia vivido um único relacionamento que durou menos de um mês. Eles romperam. O rapaz está bem, vive a vida, teve inúmeros outros relacionamentos… Ela se fechou para a vida, para o amor, para qualquer oportunidade de relacionamento. Vive em luto até hoje – e já se passaram anos.Ainda chora quando escuta a música que ouviam, fica depressiva toda vez que tem notícias dele – com outras –, imagina que a vida era vida quando “se amavam”, não se cuida – ao contrário se descuida para de alguma forma chamar mais atenção e, sabotando a si própria, inviabilizar qualquer outra nova relação.

OITO OU OITENTA
Parece familiar ? Já viveu ou conhece pessoas assim? Pois é, algumas têm a força para abrir mão disso tudo, buscar ajuda, crescer, evoluir… Outras entram em tantas relações quanto for necessário para fazer valer sua fantasia, isto é, escolhem sempre o que não vai dar certo, fazem sempre tudo igual e acreditam que o resultado poderá ser diferente.
Algumas ainda fazem o pior – se enclausuram, deixam a vida passar e, pensam de algum modo punir ao outro quando de fato estão se punindo… Enfim, sair do buraco, acordar, despertar para a vida demanda saber quem somos, onde estamos, para onde vamos.
Até Alice no País das Maravilhas ensina isso – acordar é possível e, podemos escolher deixar um sonho ruim e escolher um sonho bom toda vez que quisermos! Escolhas, sempre escolhas.

(texto da colunista Sandra Maia)

Manter os pés no chão, plantados como raízes centenárias, pode ser um recurso para a alma...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca...
Te chama de nomes que eu não escreveria...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar....
Sem querer apresentar pra mãe...
Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.
Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral...
Te amolece o gingado...
Te molha o instinto.
Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.
Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.
Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para os mais desavisados, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazio.

Dar é não ganhar.
É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.
É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar: "Que que cê acha amor?".
É não ter companhia garantida para viajar.
É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.
Dar é não querer dormir encaixadinho...
É não ter alguém para ouvir seus dengos...
Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.

Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar
Experimente ser amado...


Luís Fernando Veríssimo
Dar também implica em ser capaz de receber. Sentir não é necessariamente uma atividade consciente.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Quando se deseja...



Quero um campo repleto de girassóis
Quero a leveza do seu sorriso
Quero o hálito morno da sua boca
Quero a calidez de pares de braços
Quero palavras, sussurros e palavrões
Quero a lua, o sol e uma estrela
Não. Pensando bem... quero duas estrelas, uma para mim e outra para você...

Quem sou eu

Minha foto
Niterói, Rio de Janeiro, Brazil
No momento, sou uma citação do Mario Quintana: "A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"

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