Hipólita – Eu não gosto de ver mesquinharias realçadas, e tampouco gosto de ver gente esforçando-se para cumprir com sua obrigação e falhando ao tentar agradar.
Teseu – Ora, minha gentil querida, você não vai ver nada disso.
Hipólita – Ele avisou que eles não entendem coisa nenhuma de teatro.
Teseu – Mais generosos estaremos sendo nós então, agradecendo-lhes por coisa nenhuma. Nosso divertimento será ver a fortuna que há no infortúnio deles. E aquilo que o pobre esforço não conseguir, o nobre respeito fará, percebendo a força da encenação, e não seu mérito. Por lugares onde andei, grandes eruditos quiseram receber-me com premeditadas boas-vindas; eu os vi tremer, empalidecer, fazer pausas indevidas no meio de suas frases; eu os vi engasgar de nervosos no meio de seus discursos decorados. Ao concluírem, param de falar como se parvos fossem, e ficam sem me dar as boas-vindas. Acredite-me, querida, desses silêncios, ainda assim, peguei os votos de boas-vindas. E, nessas nervosas perturbações causadas pelo senso do dever, consigo ler tudo quanto me dizem as línguas tagarelas, de eloqüência esperta e arrojada. Assim é que, no meu entender, têm língua amarrada o amor e a simplicidade: quanto menos falam, mais dizem.
Sonho de Uma Noite de Verão (trecho)
William Shakespeare
Teseu – Ora, minha gentil querida, você não vai ver nada disso.
Hipólita – Ele avisou que eles não entendem coisa nenhuma de teatro.
Teseu – Mais generosos estaremos sendo nós então, agradecendo-lhes por coisa nenhuma. Nosso divertimento será ver a fortuna que há no infortúnio deles. E aquilo que o pobre esforço não conseguir, o nobre respeito fará, percebendo a força da encenação, e não seu mérito. Por lugares onde andei, grandes eruditos quiseram receber-me com premeditadas boas-vindas; eu os vi tremer, empalidecer, fazer pausas indevidas no meio de suas frases; eu os vi engasgar de nervosos no meio de seus discursos decorados. Ao concluírem, param de falar como se parvos fossem, e ficam sem me dar as boas-vindas. Acredite-me, querida, desses silêncios, ainda assim, peguei os votos de boas-vindas. E, nessas nervosas perturbações causadas pelo senso do dever, consigo ler tudo quanto me dizem as línguas tagarelas, de eloqüência esperta e arrojada. Assim é que, no meu entender, têm língua amarrada o amor e a simplicidade: quanto menos falam, mais dizem.
Sonho de Uma Noite de Verão (trecho)
William Shakespeare
Entre um bolinho e outro!!!
ResponderExcluirJá tá se divertindo com o livro, né! q bom!!
ResponderExcluirBjinhos, inté