Um livro é como uma janela. Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem.
- Kahlil Gibran -
É mais ou menos assim:
Sentimos uma grande necessidade de tê-lo e então seguimos a sua procura. De canto em canto procuramos aquele que mais nos agrade, seja em bancas, prateleiras ou estantes. Muitos são folheados e admirados, outros ficam em paz ou entregues a sorte. Até esse momento, não há sentimentos que não sejam apenas de posse. Ainda não há troca. Posto que a procura é nossa, ficamos cegos e não percebemos que, na verdade, é ele que nos encontra. Somos atraídos tal qual mariposas nas garras de plantas carnívoras. Sua crueldade inteligente exala aromas de papel novo recém saído da imprensa ou mesmo de sebos, onde os mais antigos fazem que vidrem nossos olhos e, até os mais doentes, rogam que lhe sejam cuidados. Finalmente, hipnotizados, o escolhemos.
Capa, conteúdo, plenitude de palavras. Se houver troca (e é isso o que esperamos), ele falará a nossa alma. Responderemos com grande encanto. Quando encurralados respondemos ao seu chamado, estamos a sua mercê. Prestes a nos apaixonarmos, nos envolvemos durante a troca. É quando, sem prévio aviso, ele se vai e ficamos órfãos, recomeçando a busca incessante.
Qual ioga, qual nada! A melhor ginástica respiratória que existe é a leitura,
em voz alta, dos Lusíadas.
- Mario Quintana -
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