Escreve-se, repete-se, cria-se, cita-se. Nas palavras de Nietzsche, funciona mais ou menos assim: “A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez”. Dessa forma é o Poucas e Tantas, um pouco de tudo, muitas coisas repetidas, outras inéditas (ou não tão inéditas), algumas curiosidades...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Coisas de criança




Outro dia, no ônibus, estava lendo aqueles adesivos de aviso de proibição quanto a utilização de aparelho sonoro, uso de cigarros, roupa de banho... e, então, dei por falta do “Fale com o motorista somente o indispensável”. Lembrei da minha infância, quando escalava os degraus do ônibus como se fossem verdadeiras montanhas. Uma dificuldade enorme para chegar “lá em cima”. E, ainda, tinha a roleta, aquele monumento metálico de uns dois metros de altura, que em muitos momentos era pura diversão, quando minha mãe me erguia nos braços a fim de que eu pudesse pular o obstáculo. As poltronas eram altas e eu ia balançando as pernas, feliz da vida nas viagens. Por volta dos seis anos de idade, orgulhosa por conhecer as letras, embora não soubesse o significado de muitas palavras, já as lia com facilidade. Foi quando me deparei com o “Fale com o motorista somente o indispensável”. Isso me custou, na época, horas a fio de inquietação. A cada vez que uma pessoa se dirigia ao motorista, eu me perguntava se aquele seria o tal “indispensável”. Imaginava ser essa uma função de muito valor, dado que somente ele poderia se dirigir ao condutor do veículo. Um senhor entrava pela frente e falava alguma coisa ao motorista, eu me perguntava: – Será esse o indispensável? Uma senhora o indagava e eu, mais uma vez, ficava intrigada. Os anos se passaram sem que eu soubesse, afinal, quem era essa figura tão ilustre e, infelizmente, desconhecida, o senhor ou a senhora indispensável. Quem dera tivéssemos sempre a curiosidade infantil, essa curiosidade das coisas simples, daquelas aparentemente sem valor, mas que poderiam deliciosamente nos fazer pensar e nos divertir de forma tão inocente.

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No momento, sou uma citação do Mario Quintana: "A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa, como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo. Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali... Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!"

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